Desde meu primeiro - e até então único - post neste blog, há mais de um ano, recebi diversos comentários e e-mails de pessoas relatando terem passado pela mesma situação. Na verdade, notei que estas mensagens têm ficado mais frequentes. Isto quer dizer algumas coisas:
1) que muitas pessoas estão passando pelos efeitos da Reação Extrapiramidal
2) que o susto e a falta de informação provinda de fontes oficiais (leia-se bula e profissionais da saúde) fazem com que estas pessoas busquem informações na internet.
Estes dados, aliados à dificuldade em obter informação sobre o assunto, me motivaram a escrever um segundo post um pouco mais substancial sobre a Reação Extrapiramidal. Como não tenho formação profissional alguma na área, recorri à médica intensivista Paula Toledo. Com a ajuda dela, elaborei um texto baseado em um artigo publicado em um jornal cientifico em 2007.
Aqui, pretendo ajudar a esclarecer, pelo menos um pouco, este mistério que é a Reação Extrapiramidal. A maioria dos casos relatados nos comentários ocorreu após a administração de antieméticos e/ou pro-cinéticos como o Plasil (metoclopramida) e o Digesan (bromoprida).
*Informações importantes:
- Não descontinue nenhuma medicação sem a orientação de seu médico
- Não é recomendado o auto-diagnóstico
- Busque somente informações em fontes seguras
Os principais sintomas
Inicialmente, a Reação Extrapiramidal era associada quase que exclusivamente aos efeitos de medicamentos anti-psicóticos. Atualmente, já se sabe que muitas outras classes de remédios causam estes efeitos indesejados - o Plasil (metoclopramida) e o Digesan (a bromoprida) são apenas alguns deles. Outro dado interessante - e que já havia notado nos comentários - é que a Reação Extrapiramidal é mais frequente entre as mulheres.
Os quatro principais sintomas da Reação Extrapiramidal são a acatisia, a distonia, o pseudoparksonismo e a discinesia, podendo se manifestar de diversas formas: desde um desconforto mínimo até movimentos involuntários permanentes. Seu aparecimento também varia, já que pode aparecer tanto na primeira dose da medicação quanto no decorrer do tratamento.
O que torna muito difícil o diagnóstico da Reação Extrapiramidal é que ela pode ser facilmente confundida com outros transtornos e distúrbios, como ansiedade, depressão,
episódios maníacos, o distúrbio bipolar do humor, psicose, síndrome de Tourette,
paralisia cerebral, intoxicação, AVC e síndrome das pernas inquietas, entre
outros.
b) fator objetivo, em que o paciente demonstra inquietação ou dificuldade de ficar parado - anda, marcha, troca o apoio de pernas incessantemente.
A acatisia pode se manifestar no corpo todo ou apenas em extremidades. Pode também se estender por dias ou semanas.
São muito frequentes os comentários aqui no blog em que as pessoas relatam ter tido vontade de tirar o acesso venoso enquanto recebem soro e sair correndo. Geralmente, a acatisia é confundida com ansiedade, o que pode fazer com que sejam receitadas novas doses do remédio, podendo agravar o quadro.
É importante, como já mencionado no primeiro post, manter a calma e ter em mente que a maior parte destes sintomas é passageira. Manter-se informado é essencial. Nossa intenção não é a de conduzir ninguém a um auto-diagnóstico! De posse destas informações, você deve procurar a ajuda de um médico; esperamos que os dados aqui expostos possam ajudar na busca pelo diagnóstico correto.
1) que muitas pessoas estão passando pelos efeitos da Reação Extrapiramidal
2) que o susto e a falta de informação provinda de fontes oficiais (leia-se bula e profissionais da saúde) fazem com que estas pessoas busquem informações na internet.
Estes dados, aliados à dificuldade em obter informação sobre o assunto, me motivaram a escrever um segundo post um pouco mais substancial sobre a Reação Extrapiramidal. Como não tenho formação profissional alguma na área, recorri à médica intensivista Paula Toledo. Com a ajuda dela, elaborei um texto baseado em um artigo publicado em um jornal cientifico em 2007.
Aqui, pretendo ajudar a esclarecer, pelo menos um pouco, este mistério que é a Reação Extrapiramidal. A maioria dos casos relatados nos comentários ocorreu após a administração de antieméticos e/ou pro-cinéticos como o Plasil (metoclopramida) e o Digesan (bromoprida).
*Informações importantes:
- Não descontinue nenhuma medicação sem a orientação de seu médico
- Não é recomendado o auto-diagnóstico
- Busque somente informações em fontes seguras
Os principais sintomas
Inicialmente, a Reação Extrapiramidal era associada quase que exclusivamente aos efeitos de medicamentos anti-psicóticos. Atualmente, já se sabe que muitas outras classes de remédios causam estes efeitos indesejados - o Plasil (metoclopramida) e o Digesan (a bromoprida) são apenas alguns deles. Outro dado interessante - e que já havia notado nos comentários - é que a Reação Extrapiramidal é mais frequente entre as mulheres.
Os quatro principais sintomas da Reação Extrapiramidal são a acatisia, a distonia, o pseudoparksonismo e a discinesia, podendo se manifestar de diversas formas: desde um desconforto mínimo até movimentos involuntários permanentes. Seu aparecimento também varia, já que pode aparecer tanto na primeira dose da medicação quanto no decorrer do tratamento.
ACATISIA
Um dos sintomas mais comuns, a acatisia é a impossibilidade de ficar parado e possui dois fatores:
a) fator subjetivo, no qual o paciente verbaliza esta inquietação, a perda de concentração, apresenta distúrbios de sono
DISTONIA
É a contração involuntário de músculos da cabeça, do pescoço, do tronco e de extremidades. As partes mais afetadas são a cabeça e o pescoço, incluindo a língua, músculos da face, olhos, mandíbula e garganta - com possibilidade de rouquidão e dificuldade para deglutir. Ainda podem ocorrer torcicolo e torção do pescoço, além de serem frequentes casos em que os pacientes viram os olhos para cima, onde ficam temporariamente travados.
PSEUDOPARKINSONISMO
Caracteriza-se pela enorme semelhança com o Parkinson, causando confusão até mesmo em profissionais experientes. Manifesta-se sob a forma de tremor nas extremidades, falta de expressão facial, enfraquecimento da voz e a impossibilidade de mexer braços enquanto caminha. Ademais, podem surgir também alguns efeitos mentais temporários, como a lentificação mental, habilidade reduzida de reagir a situações familiares.
DISCINESIA
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Movimentação rápida, repetitiva e involuntária
da face, do tronco, de músculos respiratórios e extremidades – assemelhando-se a um cacoete (caretas involuntárias). Geralmente, são sintomas associados aos efeitos de medicamentos anti-psicóticos e podem aparecer tardiamente.
COMPLICAÇÕES DE ORDEM MENTAL
Embora os relatos que têm aparecido nos comentários deste blog se refiram muito mais frequentemente aos efeitos de ordem mental da Reação Extrapiramidal, muito pouco se encontra nos artigos médicos acerca disto. O que se sabe é que por exacerbar diversas variações emocionais, alguns sintomas
de saúde mental podem se manifestar na Reação Extrapiramidal. Depressão, pensamentos suicidas, ansiedade e o abuso de drogas são alguns deles.